segunda-feira, 6 de maio de 2013

domingo, 14 de abril de 2013

Meu tão lutado VBAC

“Para mudar o mundo é preciso, primeiro, mudar a forma de nascer.” (Michel Odent)

 


Eu entrei na maternidade perdendo um filho, era 2007 e estava com nove semanas de gestação. Eu queria muito aquele bebê e sofri muito com a perda. Por um ano tentei engravidar novamente e não conseguia, pura ansiedade, que, aliás, é meu sobrenome. Em 2008 engravidei, meu sonho de virar mãe estava realizado.


Foi uma gravidez super tranqüila, sem problema algum, nenhum, zero. Sempre quis o parto normal, assim como qualquer mulher, mas morava na Matrix, não sabia nada de parto e estava muito ocupada preparando o enxoval, quarto, com as cores dos puxadores da cômoda. Pra mim, o parto aconteceria naturalmente, porém estava com o obstetra mais cezarista de SJC. A cada 10 nascimentos, bom, 10 era cesáreas. Com 39 semanas e cinco dias, ansiedade a mil e zero de dilatação. Meu obstetra me disse que talvez eu não conseguisse parto normal, que o colo estava super fechado, que minha filha poderia entrar em sofrimento fetal, bom, soma-se ansiedade a mil + apoio total do médico + várias indicações de cesárea (só que não) = faca.


Angelie nasceu dia 28/07/09, em um lugar gelado, com uma mãe cheia de medo... Lembro dos médicos falando sobre um congresso enquanto me costuravam (hellooooo, acabei de ter bebê, cadê à atenção? Cadê o carinho?) Ficamos 5 horas longe uma da outra, ela chorou por 2 horas sem parar no berçário enquanto tomava injeção, enquanto sofria intervenções desnecessárias, um trauma que nunca vou esquecer. A cicatriz está aqui na barriga, na alma.


Em 2012 engravidei novamente. Conversei com meu esposo e perguntei:

- Como esse bebê vai nascer?

- Cesárea, não é? Uma vez cesárea...

Fui dormir super incomodada, não queria ser cortada, não queria passar por essa vida sem parir, não queria que minha filha sofresse como a irmã ao nascer. Na época, uma amiga querida de Campinas, Talita, estava grávida e freqüentando um grupo com orientação ao parto natural, outra amiga no Canadá, Paloma, tinha acabado de ter um bebê com parteira. É engraçado como uma conversa pode te transformar. 


Comecei a ler, me informar, estudar, questionar e fui saindo da Matrix. Encontrei a Flavia Penido, doula, troquei de médico e fui levando mais uma gravidez super tranqüila.


Eis que chega minha DPP, 19/01/13, sem sinal da Alice querer nascer. Tive contrações de Braxton Hicks desde as 23 semana. Ansiedade a mil, só que agora estava preparada. Fiz meu marido marcar férias para o dia 04/02, quando terminava minhas 42 semanas, eu sabia que eu teria que esperar. Comecei os rituais para animar a Alice nascer, chás, hots, caminhadas, agachamentos, tudo que podem imaginar e NADA. Dia 23/01 eu escrevi uma carta à ela e dia 24/01 começaram os pródomos. Nossa, como doeu e eu nem imaginava o que estava por vir. Cada noite que passava eu achava que Alice viria, não dormia mais deitada, só sentada, na sala, esperando a próxima contração que vinha cada vez mais forte, cada dia mais forte. Dia 26/01 passei o dia todo com contrações, fui ao Outback a noite e as contrações vinham a cada 10 minutos, achei que Alice nasceria ali, comigo comendo cebola. Na madrugada do dia 27/01 as tão sonhadas, esperadas e desejadas contrações vieram. Quando amanheceu o dia, as 06h00min da manhã, eu contei contrações a cada 5 minutos, acordei meu marido e contamos por mais 1 hora. Meu coração estava a mil, super feliz, tinha chegado minha hora. Ligamos para a Débora, doula, que logo chegou em casa. O dia foi passando e as contrações ficando cada vez mais fortes. Graças a Deus pelas doulas, a Débora foi um anjo na minha vida, minha analgesia, não sei o que faria sem ela. Ligamos para a enfermeira Patrícia que logo veio checar a dilatação, 3 cm. Nossa, tantas horas e isso. A Patrícia também foi um anjo, como me ajudou, ela voltou mais umas 2 vezes. A última vez que ela veio foi as 22h00min e estava com 7 cm. Fiquei em casa até as 03h00min da manhã, fiz vários exercícios para tentar dilatar mais. Achava que estava super consciente, mas entrei e saí da partolândia várias vezes.




 Chegamos ao hospital as 04h11min, logo chegou a Dra. Juliana Paola, que checou minha dilatação e estava com 8 cm. Esses últimos centímetros foram os mais difíceis, não queria mais nada, não queria que me tocassem, queria ir embora, queria dormir, queria minha filha. O engraçado é que eu sabia que a jornada seria longa, eu sabia que meu trabalho de parto seria trabalhoso, afinal, eu tinha muitas sombras para enfrentar. Eu tava parindo duas filhas, eu tava lavando minha alma.



Em algum momento eu pedi que a Dra. Juliana estourasse minha bolsa. 2 cruzes de mecônio, mas eu sabia que tava tudo bem, a Alice queria tudo isso tanto quanto eu.

Lembro de estar sentada, levantar e não sentir mais nenhuma contração. Lembro de me sentir bem disposta e sentir vontade de ir ao banheiro. Todos levantam e começam a me levar pra água. Eu paro novamente e falo: - Ela vai nascer, to sentindo a cabeça dela descer, cadê o Juliano? Logo meu marido entra no quarto, eu entro na água, faço 4 forças e Alice nasce. Foi surreal, foi maravilhoso. Eu tinha tanto medo do expulsivo por causa do bendito círculo de fogo, mas foi tudo melhor que imaginava.




Diferente da irmã, que sofreu ficando longe de mim, que chorou muito ao nascer, Alice nasceu sorrindo, sem chorar, foi direto para meu peito, sem sofrimento, sem violência. Foi nesse momento que eu senti o tempo parar, não ouvia nada, não sentia mais ninguém no quarto, só minha filha e eu, foi então que em um esforço ela abre os olhos e me olha, tudo que sempre sonhei, meu imprinting. 






Passado tudo, fiquei sozinha no quarto com Alice para descansar, sentia a ocitocina pulsar dentro de mim, tava tão feliz que minha vontade era sair gritando pelos corredores do hospital de felicidade. Sentia-me uma deusa, uma guerreira. Tava realizada, de alma lavada.



Parir, pra mim, foi muito além do que colocar minha filha pra fora de mim pela minha vagina, parir, pra mim, foi uma descoberta do meu corpo, foi um encontro comigo e minhas sombras, foi um lavar de alma, foi renascer como mãe, mulher e filha. Muita coisa mudou, para melhor. Agora, eu entendo muita coisa e se pudesse colocava minha mãe em um altar. 




Sobre a dor, a tão temível dor, a dor da morte, bom, eu to viva, to feliz, passaria por tudo mil vezes e não morri, bom, não do jeito que imaginam.. Eu lembro que um dia antes de parir eu li uma frase, que para mim, diz tudo sobre a dor do parto:



“The power and intensity of your contractions cannot be stronger than you, because it is you.” ~ Unknown



“O poder e a intensidade de suas contrações não podem ser mais fortes que você, porque a contração é você.”



Passar por tudo isso foi surreal, minha eterna gratidão as pessoas que fizeram toda diferença nessa jornada.

 


As minhas amigas virtuais e reais da Caminhando, obrigada pelas orações, pelo carinho, por existirem. Em especial a Talita Paris que fez com que sua busca pessoal por um VBAC me intrigasse a buscar o meu.

A Paloma Aleixo que teve um parto lindo no Canadá e que me animou a lutar pelo meu, a nadar contra a maré no país da Cesárea.

As mulheres poderosas da Rodabebedubem. Obrigada pelas informações, pelas orações, pelo encorajamento. Em especial a Juliana Santini que acalmou minha alma em um momento que me sentia bem tensa. Seu alto astral, seu sorriso lindo e seu relato de parto serviram de combustível pra minha luta.

A Renata Machado, professora yoga linda. Obrigada pelas longas conversas e por me acalmar.

A Flavia Penido, doula querida que me acompanhou toda gravidez. Sua ajuda foi essencial, tudo que me falou ficou gravado e serviu para me dar força durante o trabalho de parto. Nunca vou me esquecer de quando me falou: “O parto é uma maratona, os minutos finais são os mais difíceis, mas os mais gratificantes, depois é só pegar o troféu.” E que troféu.

A Dra. Juliana Paola, por me respeitar, por abrir seu coração e mente. Por me permitir ser protagonista no dia mais lindo da minha vida.

A Patrícia Borges, que anjo. Obrigada pelo carinho, atenção, abraço. Você foi fundamental. Ta bom, ta bom, ta bom, ta bom. Lembra?

Aos meus cunhados, Priscila e Bruno por abrirem sua casa para minha filha e cuidar do meu maior tesouro enquanto eu trazia outro ao mundo, junto com minha sogra Vânia.

A Débora, uma verdadeira deusa. Minha doula querida. Tu foi minha analgesia do começo ao fim. Sou eternamente grata a você.


A minha família linda, maravilhosa e perfeita que passou a noite em claro orando por mim, em especial a minha mãe guerreira que sofreu violência obstétrica das piores que podemos imaginar e mesmo assim ficou do meu lado e torceu por mim. Mãe. Você é uma guerreira. Te amo.

Ao meu esposo Juliano. “O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser.” (Mário Quintana)    Não sei se foi pela gigantesca carga de ocitocina, mas estou ainda mais apaixonada por você. Obrigada por ficar ao meu lado, SEMPRE.
 
Alice com 10 dias.

Minha banguela hoje, com 2 meses e meio.
 


 



sábado, 1 de setembro de 2012

Gravidez da Lilian



“A fotografia, antes de tudo é um testemunho. Quando se aponta a câmara para algum objeto ou sujeito, constrói-se um significado, faz-se uma escolha, seleciona-se um tema e conta-se uma história. Cabe a nós, espectadores, o imenso desafio de lê-Ias". (Ivan Lima)

 

 Tive o imenso prazer de fotografar a reta final da gravidez do Lucas. Aliás, gravidez é um tema que muito me interessa nesse momento, amo fotografar casamentos, mas estou apaixonada por gravidez, por que será? Meu sonho nesse momento é fotografar um parto, estou aberta a convites. 


Um bebê é a opinião de Deus de que o mundo deve continuar - Carl Sagan















 

“A câmera não faz diferença nenhuma. Todas elas gravam o que você está vendo. Mas você precisa VER!” (Ernst Haas)


terça-feira, 5 de junho de 2012

Caça ao ovo de páscoa


"A fotografia reproduz ao infinito o que só ocorre uma vez: ela repete mecanicamente o que nunca mais poderá repetir-se existencialmente."  (desconheço o autor).

 

Algumas fotos que tirei da caça ao ovo de páscoa na casa de minha mãe. Olha a alegria estampada no rosto desses dois procurando os ovos. Foi muito divertido.


















“A câmera não faz diferença nenhuma. Todas elas gravam o que você está vendo. Mas você precisa VER!” (Ernst Haas)


 

quinta-feira, 31 de maio de 2012

O primeiro casamento nós nunca esquecemos

"Fotografar é congelar o momento é travar um instante, é segurar o tempo é tornar tudo importante, cada detalhe se mostra, cada cor se revela, nada se deixa passar, nada é irrelevante. É observar o segundo pela forma mais bela é ter nas mãos o tempo. Tão fascinante quanto o poder é poder fotografar.” (desconheço o autor).

 

No dia 26 de maio de 2012 fotografei meu primeiro casamento como fotógrafa. Foi muito emocionante. O casamento era de Andréia e Felipe, o padre que celebrou o casamento era praticamente membro da família e foi uma celebração bem íntima e carinhosa. A aliança que os noivos usaram foi herdada pela avó do noivo, muito lindo. Tenho que agradecer ao Dimas Cardoso pela oportunidade e apoio. Espero que esse casamento seja o primeiro de muitos.




Momento em que a maquiadora fez uma oração com a noiva. Emocionante.






 




Madrinha/Irmã correndo para igreja.

Emoção ao ver a noiva.

Cumplicidade.




Benção especial do padre.


Esse padre é muito fofo. Ele fez um casamento super diferente.

Entrada da daminha com as flores.

As alianças dos noivos foi herdada pela avó do noivo. Lindo.









"Acho que ela não quer nada comigo."



"A câmera não faz diferença nenhuma. Todas elas gravam o que você está vendo. Mas você precisa VER!” (Ernst Haas)